Atirar é uma coisa, acertar o alvo é algo completamente diferente, e
mais difícil. Até então, nada é mais recomendável para se tornar um bom
atirador do que treinar – muito – as técnicas de tiro. Só se aprende a
atirar atirando, principalmente quando se está utilizando o armamento
que será empregado no cotidiano, no caso dos policiais.
Apesar dessa verdade sobre a necessidade de treinamento, desde quando
começou a fabricar armas, o homem procurou encontrar mecanismos
eficientes para tornar o tiro mais preciso. A esses mecanismos damos o
nome de “mira”, que se utilizam de equipamentos como satélites, através
dos quais mísseis supermodernos são teleguiados, até simples saliências
nos canos das armas, facilitando o direcionamento do projétil ao alvo
desejado.
Alça e Massa de Mira
A saliência a que nos referimos acima é comum em praticamente todas
as armas de fogo fabricadas na atualidade. Na verdade, são duas
saliências: a alça de mira e a massa de mira, localizadas na parte
anterior e posterior da arma de fogo, respectivamente. Basicamente, a
alça é uma saliência na parte de trás da arma, com um vazio que será
preenchido corretamente na visão do atirador se ele alinhar a alça com a
massa de mira, saliência localizada na extremidade do cano da arma.
Quando a alça estiver preenchida com a massa de mira na visualização do
atirador, o disparo deve ser realizado, pois a precisão certamente
ocorrerá. A desvantagem é que, com esse mecanismo, um tiro perfeito tem
que ser feito com um dos olhos fechados.
Mira Telescópica
Outro tipo de mira, geralmente utilizado em armas longas, é a mira
telescópica. Ela é nada mais que uma lente de aumento, com uma
compensação, onde o atirador pode visualizar seu alvo e centralizá-lo no
campo de visão da lente (geralmente marcado por linhas
perpendiculares). Após centralizar o alvo, basta realizar o disparo.
Lentes telescópicas são muito utilizadas por atiradores de elite, que
realizam disparos com armas longas a muitos metros de distância.
Mira a Laser
As miras a laser, diferentemente da mira convencional “alça e massa” e
da mira telescópica, não se utilizam apenas da visão do atirador,
através de um mecanismo de compensação, para determinar o alvo a ser
atingido. As miras a laser, geralmente embutidas em armas curtas ou
longas, têm a funcionalidade de projetar um feixe de luz sobre o alvo,
fazendo com que o atirador visualize um ponto luminoso no local a ser
atingido. O grande problema das miras a laser é que dificilmente
servirão para locais iluminados, e, em ambientes escuros, fazem com que o
policial seja percebido assim que ela é acionada. Sua vantagem é a
possibilidade de realizar um disparo preciso com ambos os olhos abertos.
* * *
É importante frisar que o tiro policial, via de regra, ocorre
instintivamente, não havendo tempo hábil para que se utilize os recursos
das miras – aí, mais uma vez, entra a necessidade de treinamento.
Porém, trata-se de um mecanismo que, a depender da necessidade de
emprego, poderá ser determinante para abater um oponente, salvando,
assim, a vida dos policiais e demais pessoas envolvidas numa ocorrência.
Se você puder usar as miras, não dispense esse recurso, sempre
lembrando da possibilidade e necessidade do tiro instintivo, a curta
distância, qualquer momento.
Autor: Danillo Ferreira -
Tenente da Polícia Militar da Bahia, associado ao Fórum Brasileiro de
Segurança Pública e graduando em Filosofia pela UEFS-BA. | Contato:
abordagempolicial@gmail.com
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