quinta-feira, 1 de novembro de 2012

fabricação de tijolos

Fábrica de tijolos
Área de atuação do negócio: Indústria

PARTICULARIDADES DA ATIVIDADE

Histórico
A necessidade do homem criar espaços em busca de abrigo, remonta à pré-história. Utilizando recursos naturais precisava defender-se dos predadores, dos rigores da natureza e de seus próprios semelhantes. Não demorou a perceber que sua sobrevivência dependia da segurança destes refúgios. Fechar espaços, eis a questão! A arte de construir evoluiu por milhões e milhões de anos.
A utilização dos ligantes na construção se fez necessária pela necessidade em consolidar peças menores, muito mais fáceis de serem encontradas e manuseadas. Com a evolução dos tempos, o homem descobriu diversos materias e produtos para utilizar na construção. Um deles é o tijolo.

Mercado
A demanda por produtos cerâmicos sempre esteve atrelada a políticas relativas ao setor da construção civil. Cabe ao empreendedor avaliar o potencial do mercado regional que pretende atingir com seus produtos.
Deve-se considerar quais são as necessidades deste mercado com relação a qualidade dos produtos, quantidade e preços praticados. O principal ponto a ser estudado é a demanda, suficiente para justificar a implantação desta nova olaria (fábrica de tijolo de barro cozido).

Localização
A cerâmica deverá ser localizada em terreno preferencialmente plano e o mais próximo possível da jazida de argila.

Estrutura
Varia de acordo com a estrutura do empreendimento. Mas é indispensável que haja no local disponibilidade de toda infra-estrutura básica necessária à implantação e operacionalização da indústria, tais como: energia elétrica, telefone, água etc.

Equipamentos
Varia de acordo com a estrutura do empreendimento, já que alguns equipamentos podem ser adquiridos ou não, ou até mesmo ser substituídos por outros mais acessíveis. São eles:
- Caixa de alimentação (onde se faz o deposito das diversas matérias primas)
- Misturador (mistura os tipos de argila)
- Laminador
- Esteira automática
- Maromba
- Caldeira + exaustor (utilizados no processo de secagem artificial)
- Fornos
- Retroescavadeira + caminhão basculante (podem ser terceirizados)
- Móveis e materias de expediente

Mão-de-obra
Varia de acordo com a estrutura do empreendimento, sendo que a mão-de-obra básica deve contar com:
- Auxiliares de produção
- Encarregados de produção
- Encarregado administrativo
- Auxiliar de escritório

Clientes
Os clientes, em geral, serão construtores, pessoas físicas etc.

Matéria prima
Com relação à matéria-prima, a principal variável que influi na decisão de investir ou não no setor é a disponibilidade de jazidas de barro. Duas condições devem ser consideradas:
- A existência de jazida própria por parte do empreendedor
- O direito de lavra fornecido pelo Ministério de Minas e Energia para exploração de jazidas de terceiros
Admitindo-se a primeira hipótese, o ideal será que a jazida encontre-se o mais próximo possível da unidade produtiva, diminuindo custos de transporte etc.
É importante que o futuro empreendedor entre em contato com empresas outras olarias. O objetivo é ter um maior entendimento com relação ao tipo de barro específico para a fabricação deste tipo de tijolo. A partir daí, recomenda-se que ele procure o fornecedor específico (caso não tenha uma jazida própria).

Processo produtivo
No processo produtivo, a argila é extraída por retroescavadeira, que faz o carregamento de um caminhão basculante. O caminhão leva ao depósito (caixa de alimentação), onde se faz a mistura dos tipos de argila.
Da caixa de alimentação, o material é carregado manualmente à transportadora automática, que o conduzirá até o misturador.
No misturador é controlada a umidade, efetuando-se a mistura das argilas. Do misturador, a argila desce por gravidade ao laminador, que tem por objetivo reduzir a argila pastosa em lâminas finas, fazendo-a passar entre dois cilindros de ferro fundido que, além de triturarem por esmagamento todas as pedrinhas ou torrões ainda não desfeitos, produzem mais uma mistura.
O material laminado é transportado por uma esteira automática até a maromba (máquina de fabricar tijolos) a vácuo, onde calcadores/alimentadores forçam-no a passar através das grelhas, fragmentando-o em pequenas porções nas quais se processa a desaeração, reduzindo, ao mínimo, o ar contido ou incluído na massa cerâmica pela ação das misturas e da água agregada.
Caindo no parafuso-sem-fim, a argila é impelida para a frente, passa através da câmara de vácuo e depois através dos orifícios da boquilha, que é o molde dos tijolos.
O bloco de argila extrusada (já em forma), saindo da boquilha, corre sobre os rolos da máquina cortadora e é automaticamente cortado em tamanhos pré-fixados, que correspondem ao comprimento dos tijolos furados.
Os tijolos cortados são classificados fazendo-se retornar à maromba as peças refugadas. As demais peças são transportadas por esteira rolante às estantes de secagem, carregadas manualmente. Nelas, permanecerão para secagem natural por um período médio de 10 dias com tempo bom e aproximadamente 30 dias no caso de tempo frio/úmido. O tempo de secagem pode ser reduzido para aproximadamente 72 horas, se for utilizada secagem artificial (caldeira + exaustores).
Após secagem, as peças são manualmente transportadas até os fornos e empilhadas a fim de que a queima se processe de forma homogênea em todas as peças. Após o cozimento, as peças deverão descansar até que adquiram a temperatura ambiente, sendo, então, encaminhadas para o controle de qualidade e posteriormente para a expedição e consumo.

Lembrete
As empresas que possuírem equipamentos competitivos, quanto à produção/qualidade, juntamente com a disponibilidade de matéria-prima próxima à olaria, terão maiores probabilidades de sucesso neste ramo.

Legislação específica

Torna-se necessário tomar algumas providências, para a abertura do empreendimento, tais como:
- Registro na Junta Comercial
- Registro na Secretária da Receita Federal
- Registro na Secretária da Fazenda
- Registro na Prefeitura do Município
- Registro no Sindicato Patronal
O novo empresário deve procurar a prefeitura da cidade onde pretende montar o seu empreendimento para obter informações quanto às instalações físicas da empresa (com relação a localização),e também o Alvará de Funcionamento.
Além disso, deve consultar o Procon para adequar seus produtos às especificações do Código de Defesa do Consumidor (LEI Nº 8.078 DE 11.09.1990).
A fabricação de tijolos é normalizada segundo a ABNT, conforme a:
NBR 5711 – Tijolo modular de barro cozido.
São muitas as normas para a fabricação e testes deste produto, para maiores informações consultar a ABNT

Entidades
ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas – Regional Leste RJ/ES/BA
Av. Treze de Maio, 13 - 28º andar/RJ - 20003-900
Tel. (21) 3974-2300

IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A.
Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira - SP
05508-901
Tel.(11)3767-4002/3767-4126/3767-4456/3767-4744

» LICENÇA DA CETESB

De acordo com o regulamento da Lei nº 997/76, aprovado pelo Decreto nº 8.468/76 e alterado pelo Decreto nº 47.397/02, as indústrias em geral estão sujeitas ao Licenciamento Ambiental (Licença Prévia, Licença de Instalação e Licença de Operação). A FÁBRICA DE BRINDES, que industrializa brindes em geral, é considerada fonte poluidora e requer o Licenciamento Ambiental.
Algumas atividades, entretanto, estão dispensadas do licenciamento. Neste caso, o interessado pode solicitar o Certificado de Dispensa de Licença - CDL, comparecendo à agência ambiental da CETESB, onde recebe a orientação para a formalização do pedido de CDL.

Licença Prévia
O planejamento preliminar de um empreendimento dependerá de licença prévia, que deverá conter os requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, instalação e operação.

    Dependerão de licenciamento prévio, apenas no âmbito da Secretaria do Meio Ambiente, as atividades e obras sujeitas à avaliação de impacto ambiental.
    As demais atividades que dependam exclusivamente do licenciamento da CETESB, terão a licença prévia emitida concomitante com a Licença de Instalação.

Licença de Instalação
Permite a instalação de uma determinada fonte de poluição em um local específico, quando esta atende às disposições legais. Por meio da Licença de Instalação (LI), a CETESB analisa a adequação ambiental do empreendimento ao local escolhido pelo empreendedor. Caso haja alguma exigência técnica a ser cumprida antes do início das operações do empreendimento, ela estará especificada na Licença de Instalação. As exigências devem ser cumpridas pelo empreendedor para que ele possa dar seqüência ao processo do Licenciamento Ambiental.

Licença de Operação
Deve ser requerida após a obtenção da Licença de Instalação, autorizando a implantação do empreendimento para que a empresa possa dar início às suas atividades.
O ciclo do projeto envolve quatro fases: o Pré-Projeto, o Projeto, a Construção/Instalação e a Operação/Funcionamento.

Licenciamento Municipalizado
Certas fontes poluidoras poderão submeter-se apenas ao licenciamento ambiental efetuado pelo município, mediante convênio a ser assinado entre ele e a Secretaria do Meio Ambiente, desde que este implementado o Conselho Municipal de Meio Ambiente, e possua em seus quadros, ou à sua disposição, profissionais habilitados, tendo legislação ambiental específica e em vigor. Para tanto, verifique em seu município esta possibilidade.
As microempresas e empresas de pequeno porte gozam de redução significativa no preço da Licença.
(Fonte desta pesquisa: www.cetesb.sp.gov.br ).

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